quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Síndrome da Classe Turística (Económica) publicado em 2001 por mim

Em Outubro de 2000, Emma Christoffersen uma jovem galesa de 28 anos morre após uma viagem aérea de Sydney até Londres com a duração de 20 horas. O facto de ter estado imóvel durante horas na sua cadeira levou à formação de um trombo nos membros inferiores que esteve na origem de uma embolia pulmonar fatal.


Entre os profissionais de Saúde, este tipo de Trombose é conhecido como “Síndroma da Classe turística”. Durante longos voos vários factores são responsáveis por uma estase venosa nos membros inferiores com a possível formação de trombos:

- As veias na região do joelho e do tornozelo sofrem uma acentuada compressão:

- A baixa de pressão atmosférica dentro dos aviões contribui para uma diminuição da velocidade do retorno venoso (regresso do sangue das regiões periféricas para o coração);

- A reduzida humidade atmosférica aumenta o grau de desidratação do organismo contribuindo para o aparecimento de fenómenos trombo-embólicos;


Os próprios aviões são concebidos para levarem o máximo número de pessoas, por isso os fabricantes colocam um número máximo de cadeiras na classe turística diminuindo cada vez mais o espaço entre as várias filas, apertando cada vez mais os passageiros no seu lugar e diminuindo a um mínimo a sua mobilidade.


O Instituto Tropical de Munique sugere algumas medidas preventivas:

- Beber muito (2 copos por hora de voo) nomeadamente água mineral, Chá ou Sumos naturais são as bebidas mais indicadas já que alem de hidratar repõe os sais minerais do organismo. As bebidas alcoólicas são vasodilatadoras (provocam a dilatação dos vasos sanguíneos) e representam mais um factor promotor na formação de trombos.

- Levantar-se com frequência (no mínimo uma vez por hora) e, se possível, andar um pouco nos corredores do avião. Quando estiver sentado evite cruzar as pernas.

-Usar roupa confortável. - Meias de contenção elásticas podem evitar uma vasodilatação venosa e reduzir assim o perigo da formação de trombos.

- Realizar exercícios físicos simples tais como:

* Tirando os sapatos, contrair e relaxar os dedos dos pés;

* Sentado colocar um livro ou uma almofada entre os joelhos e tentar aproximar as coxas;

* Colocar-se em “bicos-de-pés” (repetir 10 a 20 vezes) e;

* Massajar as pernas de vez em quando. Portanto, não esqueça de seguir estes conselhos da próxima vez que viajar de avião.


Existem grupos de risco especialmente propensos a serem vítimas de fenómenos trombo-embólicos nomeadamente: doentes com patologia venosa ou cardíaca, além de idosos e grávidas que por isso deverão procurar aconselhamento médico antes de iniciarem um voo de longo curso.


O risco de trombose não termina com a viagem mas prolonga-se até 5 dias após a chegada e poderá, por indicação médica, ser reduzido através da ingestão medicamentosa. Não podemos esquecer que fumar, a obesidade e a anti-concepção oral representam factores de risco adicionais.

David Ferreira

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