domingo, 15 de agosto de 2010

Expanção de células estaminais em laboratório processo é «possível e seguro»

Um estudo publicado na "Nature Medicine" revela que o processo de expansão em laboratório de células estaminais do sangue do cordão umbilical "é possível e é seguro", o que aumenta "significativamente a velocidade da recuperação da hematopoiese [produção de células sanguíneas pela medula] e a eficiência dos transplantes" em leucemias.

Este processo poderá erradicar com a actual maior restrição ao uso das células estaminais do sangue do cordão umbilical em adultos, que se prende com o facto de algumas amostras não conterem células em número suficiente para poderem ser utilizadas, com sucesso, em transplantes.

Colleen Delaney, da Division of Clinical Research do Fred Hutchinson Cancer Research Center, em Seattle (EUA), é a líder da equipa de investigação que desenvolveu uma metodologia optimizada e clinicamente viável, que permite expandir as células estaminais progenitoras do sangue do cordão umbilical, tendo em vista a sua utilização clínica, sendo este "o primeiro relato de um enxerto rápido proveniente de células estaminais progenitoras expandidas 'ex vivo'".

Os investigadores realizaram ainda um ensaio clínico de fase um, em que o sangue do cordão umbilical, manipulado daquela forma, foi transplantado em humanos, após um tratamento com quimio e/ou radioterapia, tendo em vista a erradicação das células sanguíneas tumorais.

Segundo David Ferreira, especialista em imuno-hemoterapia e responsável médico da Crioestaminal, o mais importante neste estudo “é o facto de se pegar num determinado número de células e, com processos laboratoriais, multiplicá-las", revelando-se a aplicação segura nas pessoas que as receberam, sendo que "este avanço científico vem comprovar o potencial que representa hoje em dia a criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical".

Contudo o especialista alerta para a necessidade de novos estudos que possam avaliar a eficácia do processo, nomeadamente
"ensaios clínicos mais alargados, de fase dois e três".

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